segunda-feira, 21 de março de 2011

HOMENAGEM A RICARDO REIS

.
Fotografia / Sentidamente
.
Não creias, Lídia, que nenhum estio
Por nós perdido possa regressar
Oferecendo a flor
Que adiámos colher.

Cada dia te é dado uma só vez
E no redondo círculo da noite
Não existe piedade
Para aquele que hesita.

Mais tarde será tarde e já é tarde.
O tempo apaga tudo menos esse
Longo indelével rosto
Que o não vivido deixa.

Não creias na demora em que te medes,
Jamais se detém Kronos cujo passo
Vai sempre mais à frente
Do que o teu próprio passo

Sophia de Mello Breyner

4 comentários:

  1. Minha querida

    Lindo este poema de Sophia de Mello Breyner, adoro a poesia dela.

    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora

    ResponderEliminar
  2. a inexorável passagem do tempo. é preciso colher a flor no viço.
    um beijo a tempo, florido, vindo do princípio e indicando a infinitude do meu amor, para a m.q.

    ResponderEliminar
  3. MQSENTIDAMENTE:
    Toda a beleza e sentir da Sophia, que enterneço,descortina-se para Além do teu Olhar ao apontares o flache da objectiva !!! Bem Hajas.

    ResponderEliminar
  4. Como estás, querida amiga?
    Trazes-nos Sophia, e, escolheste um poema, mesmo na linha da tua escrita...!
    Lindo!

    Beijinho e abraço de saudade

    Teresinha

    ResponderEliminar