sábado, 27 de fevereiro de 2010

PROCESSO DE LOUCURA

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Fotografias / Sentidamente
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VERDADE!
O puro cristalino, pedra preciosa…

VONTADE!
Barro não moldado pronto à acção…

CRENÇA!
Cimento preciso, tempero, armadura…

AMOR!
Talvez sim, talvez não!
Esperança, segurança, dor, desespero…

DÚVIDA!
Ácida queima do puro…

INSEGURANÇA!
Imagem difusa em espelho partido…

SOLIDÃO!
Barco perdido no mar
ou lugar nunca encontrado…

CONFUSÃO!
O sim, o talvez e o não, tudo baralhado…

LOUCURA!
Nítido reflexo de imagem distorcida.
O já não ser na identificação perdida…

sábado, 20 de fevereiro de 2010

MEDITAÇÕES DE AGORA

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Fotografias / Sentidamente

(Quando o OUTONO se fez INVERNO)

VELHICE

Envolta no poente, a noite se adensou.
Cresce a escuridão, ausência avolumada,
deixando tão somente, um tempo que restou,
finas franjas, de renda inacabada…
Ténue luz brilha, de recônditos lugares.
Espera receosa, mas bem vinda,
à sombra de todos os vagares!...
Amalgama de esperanças, resta ainda!
Ansioso é o tactear na escuridão.
Conhecida insegurança, de todas as lonjuras!
Fortes tenazes, apertando o coração.
Singularidades, vizinhas de loucuras!

E os velhos caminhos relembrados,
nas longínquas galáxias já esquecidas,
enfados de quem ouve, idas e vindas,
aos secos reinos, dos afectos já levados!
Álgebra conhecida mas nunca invocada,
de simultânea soma em diminuição…
O gigante encontro, num pequeno nada!
O acrescentar um sim onde cabia um não!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

DA GAVETA ABERTA... (recuando aos anos 60)

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Fotografias / Sentidamente
POEMA DE AMOR

Quisera sentir a tua mão na minha!
Presa nos teus olhos, ficar a pairar!
E planando como pequena avezinha,
Guardar em mim, todas as estrelas e o luar!
Quisera só ver, o que teus olhos vissem,
chorar as tuas lágrimas, sofrer as tuas dores!
Que o teu coração e o meu sentissem,
em plena comunhão, todos os amores!
Quisera fundir nossas almas, num laço!
(Mesmo entre os corpos havendo distância)
Num grande amor, para além do espaço!
Ausência negada em comum errância…
Quisera que o teu calor, também fosse o meu!
Que as tuas horas passassem comigo.
Que dividida, entre a terra e o céu,
sempre a vida fosse, uma dança contigo…
E num dia longínquo, os olhos fechasse,
primeiro do que os teus, num sono profundo!
Que das nossas recordações, comigo levasse,
Nocturnos de Chopin, ao abandonar o mundo…

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ABRINDO A GAVETA ...dos velhos poemas

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Fotografia / Sentidamente - (Escultura de João Limpinho)

ROMANCE

Romance, é dar as mãos
e caminhar na tarde calma.

Romance, é olhar e só ver o outro,
mesmo perante uma multidão.

Romance, é sentir no frémito dum beijo,
a plenitude da vida.

Romance, é materializar na carícia,
a sublimação do amor.

Romance, é caber num momento,
o infinito de todas as alegrias.

Romance, é acreditando no agora,
Sonhar a felicidade para sempre.

Romance, é o bálsamo salutar
que ameniza feridas latentes.

Romance, é ver no fumo,
A perenidade da árvore.

Romance, é o todo universal
em harmonia com a natureza.

Romance, é o mais belo,
mesmo se fugaz, momento da vida! ...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

TALVEZ

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Fotografia / Sentidamente
Os olhos, gastos de repetições,
já não querem ver…

Os gestos, há muito esquecidos,
perderam o sentido do voo…

O bom, de tudo o que foi vivido,
cabe numa mão fechada…

Os passos cansados dos trilhos,
apelam ao descanso…

Réstia do gosto pela vida,
brilha numa luz indefinida!

Talvez ainda hoje
se abra uma janela!

Fantasio ainda?
Preciso sonhar…