sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

RETALHOS...

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Fotografia / Sentidamente
(E a vida vai-se compondo de grandes e pequenos momentos, alguns só lembrados em breves apontamentos que sobraram)

INCONSISTÊNCIA
Do que disseste não sobrou palavra!
Nem o calor terno, dum fugaz abraço!
Nem laivos de esperança, avivando o olhar!
Nem fortes soluços, afogando a garganta!
Nem gume de faca, dissecando o sonhar!
Nem o eco de passos, alargando a distância!...

O que não disseste… foi tanto e tão pouco…
Coloriu olhares e ateou fogueiras.
Expontâneamente crepitaram achas!
Mas só restaram cinzas no frio da pedra.
Cinzas tão leves, tão leves… que o vento,
Num pequeno sopro espalhou pelo ar…
E de ti, nem cinzas sobraram, para recordar
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Jesus Varela

15 comentários:

  1. conjugas a beleza, da foto e das palavras.
    há, ainda, um ponto em comum... as cinzas.
    reforças quando expressas, "o que não disseste...foi tanto e tão pouco...", como que, nada existe... ou existiu.

    vejo neste teu poema (muito bem construido)... desencanto, ausência, arrisco dizer... revolta.

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  2. Que Belo Poema ...

    É um vazio que tantos acompanha, mas que só os ELEITOS são capazes de dissecar. Bem Hajas.

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  3. Retrato!
    Este é um velho, muito velho e esquecido escrito que recuperei dum caderno amarelento. Veio á luz só para demonstrar que a escrita perpectua momentos e memórias que perderam actualidade e importância.
    Talvez na altura tenha significado tudo isso!

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  4. Querida anónima!
    Reconheço-te. A tua escrita é inconfundível! Contudo, embora me agrade que gostes não me sinto bem quando falas em "ELEITOS". Sejamos mais realistas e situemo-nos num plano bem mais inferior.
    Beijinho grande

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  5. A imagem e o poema aquecem o nosso olhar.
    Bjs

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  6. Mª Jesus aconteceu aqui um "acidente", este PC está a ser utilizado pelo m/marido e saiu assim e não consigo alterar.
    Bjs da Raquel

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  7. Olá, Juja!
    As fotografias tiradas à lareira, encantam e aquecem a alma...!
    Também as tuas palavras me alertam e mostram bem, estados de alma, mesmo que momentâneos, eles existem.

    Abracinho meu,
    para ti^_^)*_*)

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  8. Há quanto tempo não me aquecia nas palavras da amiga...e nas fotos...
    Desta vez foi um conforto! bjs Juja.

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  9. Belas as palavras!
    E o "borralhinho" na chaminé...uma "quentura" de alma.
    É na tua lareira?
    bjhs

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  10. Minha querida

    Lindo como sempre o teu poema, sentido...mas por vezes se não sobrarem cinzas, sofre-se menos...mas normalmente sempre há uma fagulha que fica.

    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  11. Olá Raquel!
    Não se preocupe com o “acidente”. Registei de qualquer forma a opinião que me deixou e que agradeço.
    Beijinho

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  12. Teresinha!
    Quanto a mim, a lareira além de aquecer derrama uma certa magia à sua volta e de algum modo, a fotografia prolonga essa sensação quando a olhamos. É mais um estado de alma momentâneo, daqueles que tal como dizes existem!
    Retribuo o teu abracinho com ternura

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  13. Olá Céu!
    Que bom ter saído confortada da visita que me fez. Uma lareira, palavras onde também ardem achas e parece que consegui emprestar algum conforto a este meu espaço. Deixo-lhe um beijinho.

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  14. Querida Carolina!
    Quem me dera que fosse a minha lareira. Ultimamente, por motivos vários, não tem ardido. Mas tens razão, o borralhinho é um consolo! Foi no Porto Covo, no ano passado que matei saudades!
    Beijinho

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  15. Sonhadora!
    Sabes amiga! A única faúlha ficou gravada no papel. Com o tempo, certos acontecimentos perdem importância!
    Um beijinho

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