CANÇÃO DA PRIMAVERA
(Ou poema intemporal)
Há flores, por todo o jardim, cheirando.
Há crianças de bata branca, sorrindo.
Há andorinhas negras, de paz, voando.
Há velhos estendidos ao sol, dormindo.
Há as cegonhas do parque brincando.
Há por todo o lado árvores florindo.
As mulheres do monte voltam cantando.
Enquanto os mais jovens passeiam rindo.
Há beleza por todo o recanto.
E há velas brancas, nos barcos lá no porto...
Mas não há só Primavera e encanto...
Há lá longe um soldado morto!
Aqui, há uma mãe banhada em pranto.
E as flores que levaria no caixão,
Vão à Virgem enfeitar o manto,
Contributo para uma oração.
Lá longe, o soldado continua morto.
Talvez sem sepultura, talvez sem caixão…
A seu lado, como último companheiro,
Talvez um cardo espezinhado,
Pelo seu passo derradeiro.
Jesus Varela
17/04/64
(Ou poema intemporal)
Há flores, por todo o jardim, cheirando.
Há crianças de bata branca, sorrindo.
Há andorinhas negras, de paz, voando.
Há velhos estendidos ao sol, dormindo.
Há as cegonhas do parque brincando.
Há por todo o lado árvores florindo.
As mulheres do monte voltam cantando.
Enquanto os mais jovens passeiam rindo.
Há beleza por todo o recanto.
E há velas brancas, nos barcos lá no porto...
Mas não há só Primavera e encanto...
Há lá longe um soldado morto!
Aqui, há uma mãe banhada em pranto.
E as flores que levaria no caixão,
Vão à Virgem enfeitar o manto,
Contributo para uma oração.
Lá longe, o soldado continua morto.
Talvez sem sepultura, talvez sem caixão…
A seu lado, como último companheiro,
Talvez um cardo espezinhado,
Pelo seu passo derradeiro.
Jesus Varela
17/04/64
limito-me a viver este teu poema, muito grande no dizer, e onde conjugas a beleza de tudo que rejuvenesce, dando brilho á cor do dito cardo que eleva, no teu sentir, esta dedicada homenagem, não menos bonita, a alguém que o espezinhou, desconhecendo que seria o seu derradeiro passo.
ResponderEliminara elegância da tua sensibilidade.
Minha querida
ResponderEliminarNão tenho mesmo palavras para comentar este poema...tanta beleza na tristeza das palavras...muito belo.
Beijinho com carinho
Sonhadora
Lá longe, em casa, há a prece:
ResponderEliminar“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe
Fernando Pessoa
MQ é em Homenagem a tempos tão ferozes, que quero ver no teu ramo branco a luminosidade da PAZ que todos os domingos procuro ao sufocar o pranto que se afugenta na andorinha negra que me habita.Bj
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