terça-feira, 25 de janeiro de 2011

EM PAUSA... DE MIM

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Fotografia / Sentidamente

POEMA DE NADA

Este nada a crescer… sempre a crescer…
aonde tudo é só;
esta cinza na teia das ideias
de palavras com pó;
estas letras que falam do vazio,
o buraco obscuro, o infinito,
a solidão que ri, só porque rio
e que sinto chorar quando medito;
as horas aonde conto as minhas horas
com o engenho que o destino tece
e quase me enlouquece se demoras
e o silêncio aquece!
Este nada a crescer… sempre a crescer…
pelas sombras com fendas,
e tudo se verte, sem querer,
sem que ninguém atenda;
esta rouquidão onde me canto
com sílabas de ofensa…
folhas de acanto, amortalhando o pranto
quando o poema pensa;
esta ternura que a saudade entorna
neste sem fim de azul e madrugada
e vejo recompor-se a tua forma
com pedaços de nada.

Ulisses Duarte
(Palavras com Distância)


Com o meu agradecimento à querida amiga ZÉ, por me ter dado a conhecer este GRANDE POETA.

5 comentários:

  1. Que bom ter uma amiga Zé.

    Este "Poema de Nada", é um lamento de solidão da alma...
    Gostei mais ainda quando o poema pensou;
    "esta ternura que a saudade entorna..." Lindo!
    Abraço,

    teresinha

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  2. Minha querida

    Um grito...um lanento de solidão neste poema lindo.

    Beijinho com carinho
    Sonhadora

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  3. são palavras que revelam a tristeza de um viver em solidão, que não quer dizer que não se esteja acompanhado, mas tantas vezes a dizer-se, nada existe, apenas silêncio e a solidão.

    confesso, não conhecia o poeta.

    até

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  4. eu também faço grandes intervalos entre os pedaços de inspiração minha mas não deixo de te perguntar para quando outra publicação a actualizar este teu espacinho?

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