Fotografia / Sentidamente
POEMA DE NADA
Este nada a crescer… sempre a crescer…
aonde tudo é só;
esta cinza na teia das ideias
de palavras com pó;
estas letras que falam do vazio,
o buraco obscuro, o infinito,
a solidão que ri, só porque rio
e que sinto chorar quando medito;
as horas aonde conto as minhas horas
com o engenho que o destino tece
e quase me enlouquece se demoras
e o silêncio aquece!
Este nada a crescer… sempre a crescer…
pelas sombras com fendas,
e tudo se verte, sem querer,
sem que ninguém atenda;
esta rouquidão onde me canto
com sílabas de ofensa…
folhas de acanto, amortalhando o pranto
quando o poema pensa;
esta ternura que a saudade entorna
neste sem fim de azul e madrugada
e vejo recompor-se a tua forma
com pedaços de nada.
Ulisses Duarte
(Palavras com Distância)
Com o meu agradecimento à querida amiga ZÉ, por me ter dado a conhecer este GRANDE POETA.
Que bom ter uma amiga Zé.
ResponderEliminarEste "Poema de Nada", é um lamento de solidão da alma...
Gostei mais ainda quando o poema pensou;
"esta ternura que a saudade entorna..." Lindo!
Abraço,
teresinha
Minha querida
ResponderEliminarUm grito...um lanento de solidão neste poema lindo.
Beijinho com carinho
Sonhadora
são palavras que revelam a tristeza de um viver em solidão, que não quer dizer que não se esteja acompanhado, mas tantas vezes a dizer-se, nada existe, apenas silêncio e a solidão.
ResponderEliminarconfesso, não conhecia o poeta.
até
Mais um para ler, reler e meditar...bj
ResponderEliminareu também faço grandes intervalos entre os pedaços de inspiração minha mas não deixo de te perguntar para quando outra publicação a actualizar este teu espacinho?
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