sábado, 5 de dezembro de 2009

PROCURA

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Fotografia / Sentidamente
Vou num pequenino barco,
onde só eu caibo, com as minhas ilusões.
Vou no balanço das ondas,
na brisa das emoções,
numa rota de nevoeiro
para um destino que não tem final…

Envolve-me o salpico das águas,
pequenas gotas a escorrer no rosto,
num travo amargo com sabor a sal.
A faiscar os olhos húmidos de desgosto!
Por entre os dedos, escoa-se a vida.
História, nunca encontrada nem vivida!
Inútil espera no dobrar do tempo…

Do mundo nada mais sei.
Outros, não quero encontrar!
O só do meu eu, comigo,
vai sem sentido e sem abrigo
a nenhum cais aportar.

Na escuridão que vou atravessar,
farol da minha viagem, eu grito:
só me quero a mim, se me encontrar!

5 comentários:

  1. Esse teu pequeno barco segue a par com as ilusões...

    Vejo em primeiro plano um outro barco de mastros bem altos que tem como farol a luz que se desprende ao cimo.
    Belíssima fotografia, Juja!
    *.*

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  2. Claro que essa viagem vai ter um porto para ancorares. Porto esse que ninguém conhece, tu não conheces mas, ele existe e se chama "Destino".
    Nessa viagem, muitas belezas poderás vislumbrar, o mar é um bom companheiro embora, por vezes, revolto mas, por encontrar navegantes que navegam "solitários" sem lhe dar atenção.
    Esse Farol te vai iluminar e junto com esse navegar, depressa te vais encontrar...
    Na Terra da Felicidade.

    Parabéns pela fotografia.

    bj...nho

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  3. Que esse Farol te previna dos perigos e te ajude a chegar a um cais de abrigo!
    Sobre a foto, pois...faço minhas as palavras dos antecedentes comentadores!

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  4. Há muito que o farol da sua vida a conduziu a si mesma. Há muito que a Juja se encontrou... A sua imensa sensibilidade encanta-me e faz-me sempre reflectir. Obrigada por me proporcionar momentos tão inefáveis!
    Até sempre! JInho.

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  5. Neste poema evoco em abstracção, uma série de ideias que perfilho como reais, e que muito estão presentes naquilo que escrevo. Este barco simboliza a vida. Uma viagem cujo percurso e final não dominamos que não será um cais por nós determinado mas que vem ao nosso encontro não sabemos quando…
    Não pretendo chamar a ideia de destino porque não me parece que exista como determinação, mas sim, como algo que vamos construindo conjuntamente com o contextual.
    Quanto à solidão, é aquela a que, como ser individual estamos condenados. Podemos ter o apoio e partilha de outros mas as nossas sensações, emoções e sentimentos só nós os sentimos. Nascemos, e vamos morrer sozinhos… É desta solidão que por vezes desespera mas que também nos traz consolo porque marca a nossa individualidade, a nossa personalidade, o nosso ser pessoa, que falo.

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