quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

POR TODOS AQUELES, A QUEM, DO NATAL SÓ CHEGA O RUMOR…

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Fotografia /Sentidamente

NOITE DE NATAL

Era noite de rixas a noite de Natal
No Morro desamparado ante a vinda do Homem;
As mesmas bebedeiras e o batuque
De um Sábado maior.

Na cubata de adobe,
Sob o imbondeiro tutelar,
Sem a ficção da chaminé
Para o menino entrar,
Era aí que esperávamos
Em esteiras sob o céu,
A Hora sem brinquedo algum…

E o tempo apenas se contava
Pelo pulsar
De pequeninos corações ansiosos,
Té o Sinal
Que era
Irrompendo na Noite
O canto dos alunos
Da Escola Missionária
Atravessando o Morro…

(- “Canários da Maianga” de Mestre Coelho,
Meninos sofridos de vozes límpidas,
Quantos silêncios vos esperariam?...)

Dormíamos então
Sob a impressão
De uma chuva de estrelas
- Presente de Natal.

Mário António

2 comentários:

  1. ...Natal dos pequeninos...e porquê tanta dor,Senhor?!
    Amor, paz, saúde!
    E um beijinho

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  2. Obrigado pela visita.
    Curiosamente, Mário António nasceu na minha província(Uíge, no norte de Angola), ainda que não fosse de lá, o pai é que estava lá destacado em trabalho.
    Na 6ª feira colocarei também um poema sobre o Natal de um outro poeta. Um poema em prosa.
    Felicitando-a pelos seus poemas, deixo os desejos de um bom Natal.

    Kinaxixi

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