sábado, 11 de fevereiro de 2012

NEVOEIROS

Fotografia / Sentidamente

NEVOEIROS

Não vejo o mar,
ouço-o murmurar…
Não vejo as ondas,
adivinho-lhes movimento…

Propaga-se rasto gritante
de gaivota perdida,
morno sopro,
em brisa transmutado…

Por magia, finito e infinito
acontecem aqui e agora;
Ser longe ou perto
deixa de ter sentido;
Certo e errado
perdem-se na medida…

Há um além de abismo
escondido atrás de tudo…

O tempo é suspenso
na hora indefinida.
Caem arrastadas no fumo
derradeiras dúvidas …

Persistentes imagens guardadas
são certezas adquiridas
e servem de amparo…

Passos dados no vácuo
ancoram na verdade adivinhada…

Há sempre um cais, surgindo do nada.

Jesus Varela

2 comentários:

  1. Passei para ler, há muito que não vinha, nem sempre o tempo sobra, mas li com muito gosto, este belo poema, delicado, envolto também ele em nevoeiro, tristonho, inquieto, mas também esperançoso.
    Assim li!
    Beijinho, fique bem minha amiga.

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  2. Minha querida

    Lindo este poema, não conhecia este poeta, mas adorei.

    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora

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