quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

TEMPESTADE

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Fotografia/Sentidamente

Todo o dia o temporal,
Rugiu em fúria incontida
E numa cadência incerta.

Soprou forte o vendaval.
Água da chuva caída,
Varreu a terra deserta.

Instalou-se a trovoada,
Entre o raio que incendeia
E o ribombar do trovão.

A Terra treme assustada.
Como se perdida em teia,
Procura saída em vão.

As árvores a baloiçar,
Empurradas pelo vento,
Abanam de lado a lado.

E em constante soluçar,
Deixam escapar um lamento.
De sofrer descontrolado.

A vegetação rasteira,
Que o vento teima açoitar
E a água quer engolir.

Numa luta derradeira,
Não pára de ondular,
Parece que vai fugir.
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Os animais escondidos,
Em abrigo seco e seguro,
A coberto da tempestade.

Vão aguçando os sentidos,
Pois no seu labutar duro,
Ganharam sagacidade.

É a natureza a mostrar
Onde chega o seu poder
De criar e destruir.

O homem fica a olhar,
Pouco mais pode fazer.
É esperar o que há-de vir.

Jesus Varela

4 comentários:

  1. Lindissimo poema, excelente blog, adorei e irei acompanhar com muito prazer.
    Bom fim de semana
    Beijinhos
    Maria

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  2. Bonito poema, mesmo referindo mau tempo, muito me alegra continuar a brindar-nos com a sua inspiração.
    Beijinhos

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  3. Olá Amiga!
    Mais uma vez aqui estou no teu cantinho, para me deliciar com a tua escrita, sempre repleta de criatividade...

    Um forte abraço para ti.
    Teresinha

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  4. Comentar sobre a mãe natureza é algo que fica longe de contrariar a sua beleza. Ela é fonte de inspiração para mil e uma situações, seja ela vista pelo seu lado negro, ou riqueza de cor. Uma coisa é certa...
    Ela é responsável pela cor que lhe dás, através das palavras, superiormente, conjugadas com a tua expressividade poética.

    bj...nho

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