terça-feira, 2 de junho de 2009

POESIA

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Fotografias / Sentidamente

“Nunca se definiu, nem definirá poesia. A poesia é, vive ou paira, existe ou não existe. E acompanha a vida. É talvez um acréscimo de vida como toda a arte. Uma maneira íntima de adivinhar as coisas, de fundir o ritmo do mundo com o ritmo da nossa alma, uma pura e estranha intuição da verdade.

A Poesia é uma; as poesias essas são muitas, variáveis como a moda, sujeitas ao sabor do momento e ao gosto dos homens.

Não tem motivos. Todo o mundo é poético quando visto em verdade. Todas as coisas são maravilhosas quando as compreendemos. E a poesia limita-se afinal a iluminar a verdade, a beleza secreta que há em tudo aquilo que existe.

A poesia, a verdadeira poesia, é assim como que o maravilhamento natural dum ser que se abriu, e se tornou vidente. E a sua forma surgiu como um cântico, um hino, uma revelação súbita, extraordinária e incrível. (…)”

Francisco de Sousa Tavares

(Posfácio do livro “Antologia – Mar” de Sofhia de Mello Breyner Andresen

14 comentários:

  1. Um merecido prefácio para a sua esposa, poetisa sem igual na nossa literatura!
    Gostei!

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  2. É mesmo, Carolina a poesia de Sofhia é impar. Francisco Sousa Tavares diz que a poesia dela não tem precedentes na literatura portuguesa e diz ainda “ (…) ressuscita qualquer coisa de perdido na poesia. A sua simplicidade extraordinária, a riqueza profunda de sentido e nunca formal da sua linguagem singularmente poética, talvez que modernamente só em Rainer Maria Rilke encontrem paralelo”.
    ;) ;)

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  3. Mais um lindo poema,por acaso gosto da poesia dela, mais uma vez umas lindas fotos.
    Um beijinho.

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  4. Até as fotos reflectem a poesia da Sofhia!
    E o mar, sempre o mar "um maravilhamento natural" de Sofhia de Mello Breyner Andresen que ela nos transmite como ninguém...

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  5. A Poesia é toda lágrima de sal!
    É lágrima de prata grande como o Mar
    Poesia?! É também a solidão sem igual.
    E é na Poesia,que minha sede vou matar.

    Beijinho, gostei de ler, também gosto muito
    de Sofhia, acabei de ler «Histórias da Terra e do Mar»

    Beijinho

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  6. Volto para lhe dizer, que também adorei as fotos, está uma grande fotógrafa, aí a saber aproveitar muito bem as oportunidades que a nuatureza lhe oferece. Parabéns.Para mim a 3ª é mesmo do meu agrado, uma paz?!.
    Beijinho

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  7. Eu penso que a poesia também fala do terrível, precisamente porque fala com verdade. Às vezes, através da poesia, o terrível toca o belo, o que pode ser perturbador.

    (fotografias bonitas, a poesia está aí para ser vista e sentida)

    Beijo f.q.

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  8. Passo, só para lhe desejar, bom fim de semana
    e deixar um beijinho.
    Natália

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  9. A Maria José, já tem publicado bonitos poemas da Sophia no seu blog. Também esta minha postagem lhe é dedicada com o trecho que transcrevi, da autoria do marido que a comenta no prólogo de um dos seus livros.
    Beijinho.

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  10. Ainda sobre Shophia:
    “O mundo (…) do mar, da noite, do sol e dos jardins, ergue-se para ela como limite e símbolo de toda a sua vida” - Francisco de Sousa Tavares, no posfácio da antologia/ Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen.
    Obrigado lami!
    Um beijinho.

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  11. Olá Natália!

    A poesia enquanto :
    “lágrima de sal”, será dor;
    “lágrima de prata” símbolo de brilho e valor ;
    “mar”, pelo poder e vastidão…

    Também gosto e sinto necessidade
    de matar aí a minha sede
    de inquietação.

    A 3ª foto, tirei no passeio que demos a Constância. Bom fim de semana para si também.
    Beijinhos e até sempre.

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  12. Nunca tinha pensado nisso! Reflectindo sobre o que disseste: a poesia pode expressar o terrível de uma tal forma que onde não havia beleza passa a havê-la. No entanto o terrível continua a ser terrível. Perturba mas não confunde.
    Quanto às fotos podem sugerir-nos a mais variada simbologia, dependendo do “olhar” de cada um e muitas vezes, seguindo a intenção sugerida por outro elemento (neste caso o texto). Fico contente por as teres interpretado como era minha intenção que acontecesse.
    Beijinho FILHA QUERIDA

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  13. Este texto sobre a génese da poesia é verdadeiramente extraordinário. Um merecido prefácio do marido da grande Sophia de Mello.
    Uma reflexão necessária que urge fazer num tempo em que a poesia não é bem aceite e em que há quem a desvirtualize.
    A poesia é essencial para quem conhece a verdadeira dimensão do espírito!
    Sem a poesia, o que seria da alma, do sentir, do fruir do "eu" que nos habita?
    Até sempre.

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  14. Na poesia encontramos a liberdade que não podemos ou não temos coragem de assumir exteriormente. Na poesia escudamos a dor que nos faz estalar por dentro. Na poesia crescemos no conhecimento de nós mesmos.
    Enfim, a poesia é a força que como diz nos ajuda no “fruir do eu que nos habita”
    Beijinho, Fátima e até sempre.

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