quinta-feira, 14 de maio de 2009

COMO É BELA A NATUREZA !


Fotografia / Sentidamente

O Crepúsculo

No céu, ao findar do dia,
Em grande tela pintada,
Um rasto de sombra e cor.
É fascinante a magia,
Desta etapa renovada,
Que procede o sol se pôr.

Corada num vermelhão,
A linha do horizonte,
Por onde o sol passou.
Momentos de transição.
Escoa-se a luz brilhante,
Ainda o escuro não chegou.

Este é mais um ritual.
Num repetir sem idade,
Registo do tempo a passar.
Em fluir sempre igual,
Perde a luz intensidade.
Vem o crepúsculo a chegar.

Um respeito secular,
Acompanha tal mistério,
Fica em suspenso o fazer.
Reina silêncio no ar,
E tudo ficou tão sério.
Místico instante a viver!

14 comentários:

  1. Neste orbitar em redor do sol vamos marcando o tempo que nos foge e, afinal, a luz nasce e morre todos os dias como se o sol não envelhesse. Esse ciclo marca dois tempos, o circular que é cada vida (um dia) e o vectorial que é a repetição que imaginamos infinita, que veio antes de nós, veio enquanto e virá depois.

    No cinema chamam ao pôr-do-sol a hora mágica, porque através da lente, a sua luz é igual à do amanhecer. O fim é semelhante ao princípio.

    (vou orbitar para outros lados, beijo amoroso para a mãe)

    ResponderEliminar
  2. Que lindo o teu comentário,dito de uma forma muito bela!
    Deixastes-me a pensar no Sol a marcar o Tempo. A determinar o nosso percurso e o ritmo a que se vai cumprindo … Depois, nessa ambivalência do nascer e findar do dia, com a ida e vinda do sol, em acontecimento cíclico dia a dia e desenrolando-se através duma intemporalidade infinita no nosso padrão vivencial mas que sabemos cientificamente, virá a acabar num tempo longínquo, medido numa outra dimensão inimaginável….
    E muito se vai aprendendo com os filhos! Essa do cinema não sabia …. Na lente, a mesma luz! O fim é igual ao princípio!
    Beijinhos e obrigado pelas tuas reflexões e pelo carinho.

    ResponderEliminar
  3. Que magnifico poema/reflexão sobre o pôr do sol, a passagem sempre imparável deste cavalo do tempo, desta mó que vai moendo cada dia que vem e vai! Um ciclo que nunca tem fim!
    Achei os comentários muito interessantes. A reflexão realizada no primeiro é muito curiosa. Talvez nunca tenha pensado assim... Aprendi, aqui, a sentir um novo pôr do sol que não é só fim, mas também é princípio.
    Tenho andado afastada. Ando embrenhada na dramatização da peça "O Marido", de Lídia Jorge. Mal tenho tempo para dar andamento ao trabalho do dia a dia! Mas, após dia 21, ficarei mais liberta e poderei vir sempre lê-la. Fá-lo-ei, como sabe, com imensa satisfação! Até sempre!

    ResponderEliminar
  4. Olá Juja.
    Antes de ler as suas postagens vou ver de quem é a autoria e, assim fico a saber, que Poeta vou ler de seguida.
    Adoro a sua forma de escrever.
    Desde o início ficou inevitável ler e apreciar também, os comentários da sua filhota.
    Eu também tenho uma filha muito amorosa (até de nome, imagine!) ela não vem com assiduidade, mas quando vem, também eu fico muito feliz!
    É tão bom, não é!
    Um grande sorriso para si Juja. (^_^)

    ResponderEliminar
  5. Mais um lindo poema, fico encantada, e a sua filha é uma doçura, também tenho uma mas comenta pouco mas diz-me que está bem ou mal, um grande beijinho.

    ResponderEliminar
  6. Olá outra vez, Juja.
    Mudou a "carinha" do blog?
    Eu, gosto mais...
    BRANCO, lindo!
    Beijo

    ResponderEliminar
  7. Eu diria: "lusco-fusco" palavra que eu acho muito gira. Os franceses dizem "entre chien e loup" uma forma também original de se referirem ao crepúsculo!
    Juja desconhecia que a tua obra era tão vasta...
    Blog renovado?
    Boa!
    ;)

    ResponderEliminar
  8. Olá Teresinha! Pois tem uma família de “amorosos” e acredito sinceramente que nem só de nome o são, a julgar pelo exemplo da pessoa que a Teresinha revela ser. A minha filha tem-me incentivado primeiro na criação e agora na manutenção do blog. Sei que vem frequentemente ver o que escrevo e espreitar os comentários que me deixam. Ela escreve muito bem! (baba à parte) e eu gosto muito de ler a escrita dela.
    Ontem andei a mudar a “cara” ao blog. Achava o outro muito monótono. Não quer dizer que goste muito deste, mas depois dum serão às voltas com modelos, perdi a paciência e ficou assim… até ver!
    Um sorriso também para si e um beijinho

    ResponderEliminar
  9. Olá Maria José!
    Os filhos são o que de melhor temos na vida! Mas cada um tem o seu feitio e é assim que devemos aceitá-los. Eles manifestando-se ou não estão presentes. Já percebi que tem dois filhos. E uma vez vi uma fotografia que publicou, com uma composição feita por ele.
    Um grande beijinho e obrigada pelas suas palavras, sempre elogiosas sobre o que escrevo

    ResponderEliminar
  10. Olá Carolina!
    Eu também gosto do “lusco-fusco”e não sabia dessa designação dos franceses que resulta numa tradução muito engraçada! Sabes que eu gosto muito da natureza e de escrever sobre as suas “manifestações”. Encanta-me a palavra crepúsculo. Acho que tem uma sonoridade fascinante e condizente com o momento que também o é. Houve um tempo em que o crepúsculo me deprimia talvez pelo silêncio que o envolve, como se fosse um momento de paragem. Hoje fascina-me, sinto esse suspender quase como uma oração de louvor e agradecimento à luz que esteve, se vai, mas voltará.
    Gostas mais assim? (do blog) . Eu gosto mais mas ainda não sei se ficarei por aqui…
    Um beijinho grande para ti

    ResponderEliminar
  11. O blog ficou cheio de luz! Mãe, acho que acertaste ;)

    (entre cão e lobo, é de uivos esta expressão!)

    ResponderEliminar
  12. Olá Fátima!
    Gosto muito destas conversas que surgem nos comentários. Normalmente, agarrando algum pormenor do tema publicado, surge um encadeado de reflexões enriquecedoras.
    desejo que a peça corra bem. Já percebi pela leitura do “Salta letrinhas” que tem sempre actividades com os seus alunos, integradas na disciplina que lecciona. Costumo ler o que escrevem e percebi que se trata de temas que lhes dá para desenvolver. Escrevem muito bem. Parabéns. Transparece aí o positivo resultado do seu trabalho que ganha especial relevo pela impotância que tem a correcta aprendizagem da nossa língua.
    Um abraço e até sempre.

    (Peço-lhe desculpa por esta resposta ter ficado fora da ordem relativa aos comentários que me deixaram mas por lapso apaguei-a do correcto local onde estava)

    ResponderEliminar
  13. Há horas de pensamento revolto!
    Surge o crepúsculo tudo é sereno
    E no silêncio mais um ai que solto
    É o lusque-fusque do tempo.Pequeno!

    Deitam-se os pássaros é hora
    Recolhem-se as gentes cansadas
    Mais um dia que a noite já namora
    Em orgias de vermelho embriagadas.


    O Sol é como a esperança, renasce a cada dia.
    Gostei do novo semblante,está lindo!
    E a poesia nem se fala.
    Um beijinho grande

    ResponderEliminar
  14. Fico contente por a Natália ter gostado da nova cara do blog e da poesia!
    Lembrou-se dos passarinhos que à hora de recolher, normalmente ao fim do dia, fazem uma algazarra tremenda, reclamando uns com os outros na procura dum lugar para dormir. Contudo, a imagem que retenho e de imediato me surge deste momento, é um calar repentino, suspensivo,de quem espera por algo…
    ;););)

    ResponderEliminar