( A postagem de hoje é dedicada à minha filha)
Maria Papoila
Na tentativa de dar alguma organização ao sótão cá de casa, lugar onde ao longo dos anos se vêm despejando as coisas inúteis, ao abrir uma caixa poeirenta, surge a velha “Maria Papoila”, olhando-me inquiridora, com seus olhos e boca bordados, como que, numa interrogação muda e numa censura sobre tantos anos de clausura.
Fiquei com a boneca de trapos na mão e foi um trecho do passado que voltou. Uma menininha, os seus olhos muito abertos e sorridentes, abraçando com força e levando consigo, para o infantário, naquele dia de anos a boneca e um saquinho de pano a condizer, que tivera como presentes…
Associadas, surgiram imagens dos tempos difíceis que esses foram. Anos de desemprego, de sacrifícios, de trabalho acrescido, mas cheios de esperança em dias melhores, porque plenos de risos sonoros, de gargalhadas e protestos infantis que enchiam o ar…Tempos em que a prenda de anos foi feita em casa para não se gastar o dinheiro que escasseava!
Uma lágrima escorreu e caiu sobre a “Maria Papoila” símbolo esquecido numa esquina do tempo, agora reencontrado, trazendo consigo um pouco daquilo que já foi…!
Na tentativa de dar alguma organização ao sótão cá de casa, lugar onde ao longo dos anos se vêm despejando as coisas inúteis, ao abrir uma caixa poeirenta, surge a velha “Maria Papoila”, olhando-me inquiridora, com seus olhos e boca bordados, como que, numa interrogação muda e numa censura sobre tantos anos de clausura.
Fiquei com a boneca de trapos na mão e foi um trecho do passado que voltou. Uma menininha, os seus olhos muito abertos e sorridentes, abraçando com força e levando consigo, para o infantário, naquele dia de anos a boneca e um saquinho de pano a condizer, que tivera como presentes…
Associadas, surgiram imagens dos tempos difíceis que esses foram. Anos de desemprego, de sacrifícios, de trabalho acrescido, mas cheios de esperança em dias melhores, porque plenos de risos sonoros, de gargalhadas e protestos infantis que enchiam o ar…Tempos em que a prenda de anos foi feita em casa para não se gastar o dinheiro que escasseava!
Uma lágrima escorreu e caiu sobre a “Maria Papoila” símbolo esquecido numa esquina do tempo, agora reencontrado, trazendo consigo um pouco daquilo que já foi…!
Mãe, que bonito! Eu sabia onde ela estava, guardada e não esquecida.
ResponderEliminarNa altura não tinha a percepção de haver dificuldades sérias, sabia que não podíamos ter o que desejássemos, mas era assim com quase toda a gente que conhecíamos, era normal.
Eu ficava sempre fascinada quando via nas mãos de alguma amiga um brinquedo mais sofisticado, normalmente de plástico e na moda. Mas as memórias ternurentas não as encontro nesses objectos, acho-as entre os brinquedos de madeira talhados pelo pai, os cabides feitos de clipes que ainda o vejo torcer e distorcer para os obrigar a ser brinquedo, os "enxovais" pequeninos, tricotados, cosidos e bordados pelas tuas mãos. Como a pequena casa de bonecas que fizemos e decorámos aos poucos, escolhendo na polux o papel de parede para cada divisão, a alcatifa, o "mármore" da cozinha. A paciência e devoção com que essas matérias de sonho foram feitas vale tudo mãe, nas minhas memórias de menina. Nelas, a Maria Papoila continua a ser uma doce surpresa. Obrigada
Foram todas essas vivências de amor e dádiva, hoje consubstanciadas em memórias que mais apertam os laços e os abraços…
ResponderEliminarDaí que te tenha dito um dia:
“ (…)
Longe ou perto de mim que importa.
Se ninguém desatará tão forte laço.
Podes a outros amores, abrir a porta,
Mas perdurará sempre o nosso abraço.”
Beijinhos à FILHA.
Maria Papoila olhou-a com os seus olhos bem abertos e pensa como esta gente cresceu, a menina que me amparava nos braços e que me segurava pela mão, luta pelos seus objectivos, procura-se... e quem me deu vida, lutou pelos seus objectivos, procurou-se a si mesma, encontrou-se e continua a procurar-se... E Maria Papoila fecha agora os olhos descansada, porque sente que esta gente não tem medo de crescer, já não a seguram pela mão, mas guardam-na no baú das recordações, das histórias que estão para trás, sem rugas pelo passar do tempo, que nos empurram para o nosso hoje!
ResponderEliminarRita, beijinhos enormes
Linda Maria Papoila!
ResponderEliminarMaria Papoila tem a magia
De trazer á luz do dia
O que um coração de mãe sente
P'la criança que é nele sempre presente.
Dir-se-ía de embalar.Que bela história!
A mais linda que o Mundo leu!
E que eternamente viverá na memória
Porque os filhos, são o melhor que Deus nos deu.
O amor é lindo e como nos conforta o coração!
Um beijinho, sempre amigo
da rosafogo
Mas que bem que tu escreves!
ResponderEliminarGostei muito do teu "escrito" e da maneira como o escreveste.
Agora, vamos lá a ver se o meu comentário segue...
(carolina)
Até que enfim!
ResponderEliminarAgora pus como anónimo e seguiu logo.
Será esse o truque?..
;)
Juja, já reparaste que quase todos vão como anónimo?
ResponderEliminar(carolina)
Olá Ritinha! Que contente fico com a sua visita e as palavras que me deixa! É assim que penso, neste dinamismo que o “viver” determina, deparamo-nos constantemente com novos desafios e estamos sempre a aprender, a crescer. É com essa mensagem que abro este blog.
ResponderEliminarNinguém sabe tudo! Ninguém aprendeu tudo! O mundo à nossa volta, é dinâmico e quer queiramos, quer não, entramos também nesse dinamismo. Crescer é a lei. Claro que a atitude varia e há quem ache que sabe tudo… Mas, saberá?
Beijinho com muita ternura.
Obrigada Natália por mais uma vez me ter deixado a sua poesia em duas belas quadras tão leves e puras que me apetece, deixar arrastar por elas, numa saborosa abstracção… De facto, as nossas crianças, são-no sempre, dentro de nós, independentemente do tempo que passou. Há símbolos, que exteriorizam e tornam palpáveis, essas interioridades.
ResponderEliminarUm grande sorriso para si e um terno beijinho
Finalmente conseguiste, Carolina! E eu fiquei contente porque gosto de te ver por aqui. Antes de te responder estive a ver os outros comentários e é assim: a Catarina não tem blog. As outras duas minhas amigas (Rita e Natália), têm blog no sapo, (todas comentam como anónimas). As outras visitantes, Teresinha, Banalidades, Maria José e Ana, têm-se identificado com Hiperligação. Eu agora experimentei responder aos comentários, sem iniciar sessão, o que me obriga aos mesmos passos que os visitantes. E verifiquei que felizmente, as letras já não aparecem. Escrevi a identificação no “Nome/ULR”, não aceitou à primeira, insisti e aceitou à segunda. Mas não és a única a queixar-se da dificuldade em fazer assumir as mensagens. Olha, não interessa! Entra da melhor forma que encontrares.
ResponderEliminarBeijinho amigo
Pois eu agora vou nesse sistema do "Nome/ULR" e parece que esulta.
ResponderEliminarQuis dizer: resulta...e resultou!
ResponderEliminarLindo adorei a história trás tantas recordações às vezes um grande beijo e um abraço
ResponderEliminarEsta Maria Papoila tem história! Que linda! Vestígio de um tempo marcado e marcante!
ResponderEliminarA Juja escreve muito bem e da sua escrita resulta a emoção sentida de realidades plenamente vividas! Adorei estar aqui! Jinhos e até sempre!
Maria José é verdade! Vamos vivendo... Já lá vão muitos anos e forçosamente ficaram muitas recordações.
ResponderEliminarBeijinho para si
Obrigada Fátima, pela visita e pelas palavras animadoras que me deixou.
ResponderEliminarBeijinhos.
Minha querida Juja, eu não sei escrever como tu !!! Mas dou muito valor a quem sabe escrever, tu és uma delas mais uma vez me prendes-tes a ler o que têns já publicado no teu Blog, um grande beijinho e continua que eu gosto !!!
ResponderEliminar