Postal de correio – (pertencia ao meu pai. a data de 1840 foi escrita por ele e não sei o que significa) - Convento, além das ruinas, era também uma quinta onde residimos
Recordando o meu pai
Adoçaste com carinho a minha infância,
Fragilidade que embalaste nos joelhos.
Quer estivesses presente, ou à distância,
Seguia cegamente, os teus conselhos.
Acordaste, à luz do meu serão de estudo,
(Às voltas, com as regras da multiplicação).
E do teu pouco saber, deste-me tudo,
E eu senti o conforto, da tua protecção.
Depois mulher, não me impuseste caminhos.
Mesmo, os que para mim, tinhas sonhado.
Respondeste, à minha teimosia com carinhos,
Aceitando, o que escolhera, conformado.
Lembro que me abraçaste a chorar.
O teu abraço, transmitindo-me alento.
Demonstravas aceitar o meu gostar.
Cúmplice, eternizaste esse momento.
Depois, sei que sofreste quando parti.
Vi-te sorrir tristonho, à despedida.
A ternura dos teus olhos, não esqueci.
Imagem que conservei para toda a vida!
Ficaste no lugar que sempre te guardou,
A tua sombra, foi a minha protecção.
Agua pura, que me dessedentou.
Cais onde abrigava, a minha aflição.
O mesmo sorriso ansioso, em cada regressar.
Em despedida, o marejado olhar, quando partia.
A certeza de lá estares, para me encontrar.
A certeza, de que era meu, o quanto te pedia.
Triste o dia, desse encontro angustiado,
Em que te achei hirto, indiferente, esquecido!
Perdi-te… Mas em mim, ficou gravado,
Para sempre, o teu amor, meu pai querido.
Adoçaste com carinho a minha infância,
Fragilidade que embalaste nos joelhos.
Quer estivesses presente, ou à distância,
Seguia cegamente, os teus conselhos.
Acordaste, à luz do meu serão de estudo,
(Às voltas, com as regras da multiplicação).
E do teu pouco saber, deste-me tudo,
E eu senti o conforto, da tua protecção.
Depois mulher, não me impuseste caminhos.
Mesmo, os que para mim, tinhas sonhado.
Respondeste, à minha teimosia com carinhos,
Aceitando, o que escolhera, conformado.
Lembro que me abraçaste a chorar.
O teu abraço, transmitindo-me alento.
Demonstravas aceitar o meu gostar.
Cúmplice, eternizaste esse momento.
Depois, sei que sofreste quando parti.
Vi-te sorrir tristonho, à despedida.
A ternura dos teus olhos, não esqueci.
Imagem que conservei para toda a vida!
Ficaste no lugar que sempre te guardou,
A tua sombra, foi a minha protecção.
Agua pura, que me dessedentou.
Cais onde abrigava, a minha aflição.
O mesmo sorriso ansioso, em cada regressar.
Em despedida, o marejado olhar, quando partia.
A certeza de lá estares, para me encontrar.
A certeza, de que era meu, o quanto te pedia.
Triste o dia, desse encontro angustiado,
Em que te achei hirto, indiferente, esquecido!
Perdi-te… Mas em mim, ficou gravado,
Para sempre, o teu amor, meu pai querido.
Forte de grande emoção este poema, li com todo o gosto, penso que pode ser dedicado a todos os pais que partiram e nos deixaram tanta saudade. Como é bom recordá-los! Na nossa memória sempre
ResponderEliminarviverão. Foi emocionante a leitura, mas é belo,
parabéns.
Um abraço
Rosafogo
Sabe Natália! Às vezes sinto o escrever como terapia. Quando me propus faler do meu pai ( tema que me foi sugerido), o que me surgiu de imediato e com uma força imperativa foram estes flashes, de momentos só meus e dele. E senti-me muito bem ao trazer para fora “estas imagens” que me magoavam de saudade quando as recordava. Elas agora estão vivas, cá fora, partilhadas e doem menos por dentro.
ResponderEliminarBem-haja!
Um beijinho e até sempre
Bela imagem essa do Convento!
ResponderEliminarComo o tempo passa e tudo é diferente agora!
Que pena não podermos fazer umas "escapadelas" ao passado para rever COISAS e PESSOAS!
Sentido poema! Escrito sentidamente...
Tenho mais lembraça, embora difusa, da tua Mãe do que do teu Pai.
Quando nos encontrarmos, se tiveres fotos deles, mostra-me.
bjhs
;)
Olá Carolina!
ResponderEliminarSempre assídua neste meu espaço. Uma visita que aprecio, assim como os registos que deixas.
É verdade! Só à distância do tempo é que se avoluma o valor daquilo que tivemos!... Que pena muitas vezes tenho, de na altura não ter dado o devido valor!
Sabes? O meu pai foi uma figura menos notada do que a minha mãe, mas com um valor imenso. Como “chefe de família”, como pai e sobretudo como pessoa… Não sei se fui a filha que ele gostava que tivesse sido, mas penso que sem reservas, sempre me aceitou como eu era.
Quando nos encontrarmos levo velhas fotos do Convento, minhas e da família!
Beijinho muito grande e terno.
Da Juja
Gosto muito deste avô que nunca conheci e nunca me conheceu, é o pai da mãe, cheio da ternura que ela também tem. Eu acho que foste uma filha maravilhosa, tenho esse palpite ;)
ResponderEliminarAs imagens do poema já são minhas conhecidas, é nelas que projecto o homem que imagino generoso, capaz de um dos maiores actos de amor que é respeitar os caminhos que escolheste, mesmo que ele tivesse escolhido diferentes. Eu acho que és assim bonita por causa desse amor (e por causa de uns pós mágicos que às vezes pousam nas pessoas e não carecem de ser explicados). Beijinho mãe
Desta vez chorei!...
ResponderEliminarUm misto de sentimentos que neste momento não sei definir,trouxeram-me lágrimas de saudade... mas também de gratidão! Um beijo grande, minha filha.
Se fosse eu...também chorava!...
ResponderEliminarUm bjnh Catarina
Que lindas recordações a Juja tem da sua infância.
ResponderEliminarAdorei ler estas quadras!
O postalinho, tão antigo, nem se fala!
Também gosto de guardar coisas do género, tais como, cartas, fotografias, postais, selos, moedas...
Beijinho meu.
:)
Lindas as suas palavras, eu já não tenho pai, mas não tenho muitos recordações dele foi muito mau para a minha mãe e para as filhas, mas tenho saudades dele ele morreu tinha eu 10 anos, um beijo.
ResponderEliminarÉ verdade! As “coisas velhas”, amareladas, cheirando a mofo, podem significar
ResponderEliminarTESOUROS, porque embora não nos permitam rever “COISAS E PESSOAS” como a Carolina referiu, são pequenos restos que fazem a ponte entre o ontem e o hoje.
Beijinhos, Teresinha
Maria José!
ResponderEliminarO seu comentário emocionou-me. De facto, conheci situações de pais que maltratam e apesar disso os filhos (sobretudo crianças), falam deles com carinho, retratando o que o seu imaginário desejaria que fosse.
Obrigada por me trazer a sua recordação de saudade, linda! Apesar de ter por detrás, uma realidade dolorosa.
Um beijinho para si.
Minha amiga Juja, voltei pois o meu PC estive quase um mês sem ele mas parece que ficou bom, gostei imenso de tudo o que li que dedicas-tes ao teu pai, que foi um grande amigo do meu pai !!! Boas recordações pois eu tive um pai maravilhoso, minha querida Juja, recordar é viver e quando as recordações são boas ainda melhor, um grande beijinho desta amiga Ana !!!
ResponderEliminarVerdade! tão bom ter aqui um comentário de alguém que o conheceu, que conviveu com ele,embora por certo,com uma lembrança muito vaga. Assim como eu tenho dos teus pais... mas mesmo asim, este elo entre todos nós, que ficou do nosso encontro no passado, comove-me e enternece-me.
ResponderEliminarObrigado amiga! Um grandde abraço.