Hoje, dedico este poema às minhas amigas do Alentejo ou que lá residem. Foi escrito no Porto Covo em 2006
Alentejo
Minha terra, oh Alentejo!
Tempo e espaço que venero.
Deixei-te no meu caminho.
Mas quando regresso, vejo,
Ser aquilo que mais quero,
Acabar nesse cantinho.
Sentada à beira do mar,
Ouço a brisa num lamento.
- Que ausência tão prolongada!
E o constante marulhar,
Em persistente cumprimento,
Celebra a minha chegada.
As ondas em dança louca,
Aos meus pés, vêm morrer,
Em espuma, num arrendado.
Ao sentir o sal na boca,
Porque choro, não vou saber,
Donde veio esse salgado.
Sons gratos me vão chegando:
Para o cais, a regressar,
Roncam barcos a vapor.
Gaivotas, passam gritando.
De crianças a brincar,
Vem lá de longe, o rumor.
Se voltar costas ao mar
E caminhar pro interior,
Saudosa de planura.
O quanto abrange o olhar,
Tudo secou ao calor,
Na terra gretada e dura.
Mas quando o sol a doirou,
Em laivos de luz e cor,
Deu-lhe beleza tão pura!
Para mim, o tempo parou.
Nostálgica, suspendo a dor,
Numa onda de ternura.
Grande poeta, escondidinha...
ResponderEliminarAfinal sabes pôr imagens e até fotos.
Estás uma mestra!
O Porto Covo deve estar orgulhosa com o teu poema.
;)carolina
Esqueci-me de dizer:Parece eu que estou a ver uma moitinha de flores nas dunas de S. Torpes!
ResponderEliminar;)
Lindo Poema,e dedicado cá à gente do Alentejo eu não só alentejana quase vim de Moçambique nasci em Lourenço Marques tenho já cá muitos anos, gosto de ler tudo dos blogs, não só muito de escrever coisas, só umas palavrinhas no meu blog estou um pouco melhor desde que fui para Asas, um grande beijo.
ResponderEliminarLindo este poema, Maria de Jesus, fiquei fascinada com o que li, a minha amiga escreve muito bem.
ResponderEliminarAdorei, e sabe que o nosso Alentejo inspira-nos, talvez seja a calma que transmite essa magia.
Um abraço.
Tenho afinal aqui a prova de que este Blog já devia ter sido "inaugurado" há muito tempo!
ResponderEliminarVerdade Juja.
Lindo o seu poema!
Porto Covo, (devido às suas estadias de verão), pelo que vejo, está enaltecido ao máximo!!!
(bem merecidas estas palavras)
Podemos dizer que, habitamos na zona mais encantadora do Litoral Alentejano.
- Se nos traz poemas de 2006, imagino o que não terá ainda para nos mostrar desde então...
Obrigada Juja.
Um beijinho para si.
:)
Pois é, Carolina! Essas moitinhas poderiam ser em S.Torpes, ali tão perto, que a vegetação não diverge. Foi tirada no Verão, as flores já estão secas, com um tom cinzento. Na época da floração são cor de rosa. Gosto muito delas. Também as encontro na Praia das Maçãs, perto de Sintra.
ResponderEliminarbeijinhos
África, embora não conheça ao vivo, penso que é linda! Exerce um enorme fascínio sobre as pessoas que lá viveram. Mas essa onde reside também é linda! Embora de outro jeito! Gostei da sua visita. Venha sempre. Um beijinho Maria José.
ResponderEliminarOlá Idalina! Seja bem-vinda. Fico contente por gostar da minha escrita. Eu também sou apreciadora da sua. De facto o Alentejo permanece no meu imaginário. Em mim, reside a nostalgia carinhosa pelas planuras a perder de vista, onde se impõem os tons de amarelo e castanho quebrados pelo verde de uma ou outra árvore…mas também, a alegre promessa de vida, dos extensos tapetes em vários cambiantes de verde, salpicados de coloridas flores silvestres...
ResponderEliminarUm beijinho e volte sempre.
Que positiva que a Teresinha é sempre! Dando-me força com os seus comentários! O Porto Covo tem sido o meu Alentejo actual. Mas, existe outro. O do passado. Há imagens que ficaram de tal maneiras gravadas que me doía pensar nelas. Um dia, expressei-as em escrita e adorei o efeito benéfico que teve sobre mim. Esse poema, um dia, mais para a frente, o trarei. Entretanto, vamos mudar de tema e também de autoria, para não cansar.
ResponderEliminarBeijinhos
Obrigada por me ter dedicado um poema tão bonito. Adorei! Eu já sabia da qualidade da sua escrita; adivinhava-se nos seus comentários... Até sempre!
ResponderEliminarMinha amiga Poetisa, à muito que devias ter um bloge !!!
ResponderEliminarEscreves muito bem temos poeta Alentejana, ok adorei pela parque que me toca muito obrigado !
Beijinhos desta amiga [..] Ana.
Não sendo alentejana,o Alentejo me inspira,e não
ResponderEliminaradmira que lhe dedique o seu amor e a sua poesia
com tanta ternura.Estou de acordo com o comentário anterior, escreve maravilhosamente,há
muito que a devíamos ter conosco.
Um grande abraço
natalia
Ana!
ResponderEliminarEste nosso Alentejo não deixa ninguém indiferente! Vê só como um compositor e um músico e intérprete, ambos do Porto, criam uma canção sobre o Porto Covo, que lhe alterou a vida por completo.
beijinhos
Natália!
ResponderEliminarNão sendo alentejana é uma vizinha próxima. Também os seus poemas reflectem as suas raízes.
Um beijinho
Para Banalidades:
ResponderEliminarOs vossos comentários à minha escrita, ajudam-me a acreditar que vale a pena continuar. Claro que tenho consciência que umas vezes o que escrevo sairá melhor e outras menos bem.
Eu considero a escrita da Fátima muito, mas mesmo muito bela. É profunda e fascinante. Não é para uma simples leitura. Obriga-nos a parar para interpretar. Resultam imagens poéticas de grande beleza. Sou sua leitora assídua.
Um beijinho e venha sempre.