Fotografia / Sentidamente - (amanhecer em Belém)SORTILÉGIO DA NOITE
A noite vem silenciosa...
A noite vem misteriosa...
Há na água, um reflexo de poesia,
Com brilho de prata e cor de fantasia.
Há nos rostos, uma expressão indefinida,
De anseios escondidos em espera sofrida.
E ao que era interdito à luz do dia,
A escuridão da noite, dá toda a primazia.
Os lábios semi cerrados, sem um grito,
Deixam escapar um desejo de infinito.
As mãos, em gestos largos, que a lua ilumina,
Cedem ao ímpeto acariciante que as domina.
As palavras não se ouvem. Caladas, tão belas!
… Persiste um silêncio que fala por elas.
Os corpos unem-se. As luzes, no molhado do asfalto,
Reflectem uma só sombra, de dois tons, ao alto.
Aquecem os corações, ao lume do amor.
Os rostos ficam mais humanos, imunes à dor.
Do lado do mar, levantam-se brumas escondidas.
As árvores, deixam cair das folhas, lágrimas sentidas.
Quando o dia chega, quebra-se o encanto, surge o real.
O que pareceu sublime, esfumou-se na noite. Ficou banal.
04/01/66
A noite vem silenciosa...
A noite vem misteriosa...
Há na água, um reflexo de poesia,
Com brilho de prata e cor de fantasia.
Há nos rostos, uma expressão indefinida,
De anseios escondidos em espera sofrida.
E ao que era interdito à luz do dia,
A escuridão da noite, dá toda a primazia.
Os lábios semi cerrados, sem um grito,
Deixam escapar um desejo de infinito.
As mãos, em gestos largos, que a lua ilumina,
Cedem ao ímpeto acariciante que as domina.
As palavras não se ouvem. Caladas, tão belas!
… Persiste um silêncio que fala por elas.
Os corpos unem-se. As luzes, no molhado do asfalto,
Reflectem uma só sombra, de dois tons, ao alto.
Aquecem os corações, ao lume do amor.
Os rostos ficam mais humanos, imunes à dor.
Do lado do mar, levantam-se brumas escondidas.
As árvores, deixam cair das folhas, lágrimas sentidas.
Quando o dia chega, quebra-se o encanto, surge o real.
O que pareceu sublime, esfumou-se na noite. Ficou banal.
04/01/66
Como gostei deste seu poema!É um belo hino ao Amor. A noite tráz-nos uma inspiração mística,o
ResponderEliminarsilêncio faz eco no coração e os sentimentos
de paz, amor, amizade, surgem com uma força maior.
Na noite há um afectuoso abraço
Nossos versos se vão abrindo
Mas da noite ao dia é um passo
Aparece a dor de estar sentindo
Um beijinho
Boa semana
rosafogo
Belíssimo, Juja!
ResponderEliminar(de, Janeiro de 66, o que não terá na gaveta para nos mostrar)!!!
Quero continuar a vir até aqui e, deliciar-me, fazendo "correr" os meus olhos, pelas linhas onde escreve, ou, transcreve os seus versos.
Sinto, que os fez com a alma...
Parabéns.
FELIZ PÁSCOA
Beijinho da (^_^)
Amei o seu lindo poema!
ResponderEliminarPena é que aquilo que é belo e sentido desapareça assim num ápice, numa mudança brusca em que a magia se esfuma numa realidade crua...
A Juja tem uma alma enorme e cheia destes encantos que nos humedecem os olhos.
Desejo-lhe uma Páscoa sentida, na paz e na alegria de uma vida sempre renovada!
Jinhos
Com a noite vem o sonho, vem a esperança de que a nuvem escura se dissipe ou que a nuvem branca continue no nosso céu da vida... e pronto o dia chega, amanhece e a aventura tem início...
ResponderEliminarBeijinhos enormes amiga Juja
Rita Torrão
Muito lindo esse poema, gosto muito de vir visitar tem coisas lindas um beijo grande e uma Páscoa na Paz do Senhor
ResponderEliminarOlá Natália!
ResponderEliminarA noite de facto tem magia. É um outro mundo que se manifesta. Como diz, “o silêncio faz eco no coração” um eco que pode levar ao sonho quando se tem 20 anos (quase 21) ou pode, quando se tem muitos mais, chamar os pensamentos tristes ou estimular o desejo de somente fechar os olhos e dormir, para não pensarmos naquilo que nos faz doer…
Boa semana para si também e um beijinho amigo.
Oi Teresinha! A escrita para mim é muito importante. É uma necessidade. Quando escrevo estou a arrancar de mim os sentimentos e a torná-los presentes. Por vezes sinto-me aliviada outras vezes sofrida.
ResponderEliminarO primeiro poema de que tenho registo (ouve muitos outros que perdi) data de 1963. Em 1965 e 1966 escrevi bastante. Depois, parei e só guardei registos esporádicos. A partir de 2006 recomecei e nos últimos dois anos escrevi com maior frequência o que continua a acontecer. Tenho de facto, muito material para publicar. Fico grata com as suas palavras. Ainda bem que gosta de aqui vir, ler o que escrevo. Também gosto de visitar o seu "Jelicopedres" assim como aprecio os seus comentários.
Um grato sorriso, beijinhos e Boa Páscoa.
Olá Fátima!
ResponderEliminarA magia, é uma fuga ao real e não perdura “esfuma-se numa realidade crua”. Mas o saborear tais momentos, mesmo que efémeros, já é maravilhoso e reconfortante. Gosto de me evadir e trazer à tona os sentires mais profundos que todos temos mas que por vezes evitamos encarar…
Obrigada pelas reconfortantes palavras e para si também, uma Boa Páscoa e um beijinho amigo.
A noite é feiticeira! Também é verdade que “o dia chega, amanhece e a aventura tem início”. Posto de parte o sonho, viver cada dia, mesmo não esperando que seja diferente do anterior, em certa medida é sempre uma aventura, por não sabermos o que de facto nos trará… Mas, o amanhecer de cada dia é lindo! Estarmos presentes para o ver também o é. Vê? Sou uma espécie de fiel de balança oscilando entre o choro e o riso, entre o lamente e a esperança.
ResponderEliminarBeijinhos minha querida Ritinha
Olá Maria José!
ResponderEliminarObrigada pelas suas palavras de apreço ao que escrevo ou ao que de outros, deixo aqui transcrito. Significa que temos gostos parecidos, no que concerne à escrita. Por mim, fico feliz com as vossas visitas. Hoje aconteceu-me abrir o computador, encontrar cinco comentários que não esperava tão cedo, e foi muito bom.
Beijinho grande e uma Boa Páscoa
Minha amiga Juja, tu escreves muito bem adorei este poema, assim como outros que já publicastes, um grande beijinho e uma Páscoa muito feliz.
ResponderEliminarEntão pelo que se deduz a Menina tem uma gaveta cheinha de boa escrita. Ainda bem que resolveu abrir essa gaveta epartinhar os belos poemas.
ResponderEliminar;)
Quis dizer: partilhar! (claro)
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