Fotografias / Sentidamente
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Quero ser paz, no voar da pomba branca.
Na ternura da rolinha, quando canta.
No voltear da avezinha, junto ao ninho.
No abanar da folhagem, no caminho,
Segredando, em confidente sussurro,
À hera que vai trepando pelo muro,
Ou ao renque de balsâmico jasmim.
Quero ser paz, no silêncio dum jardim.
Onde tudo coexiste, em harmonia,
Onde tanto acontece, num só dia!
Quero o equilíbrio, que tem a natureza.
Onde a bonina, singela, ri ao sol que a beija,
Na timidez incerta, de dia invernoso,
Com tanto de molhado, como de luminoso!
Onde o pombo, arrulha ao seu amor,
Rasando a asa pelo chão, ao som do clamor
Da água, que gota a gota se desagrega,
Para num repuxo, se abandonar em entrega.
Água a cair na água, em cantante ladainha,
Onde o convite ao sonho, se adivinha!
Onde a folha ondulante, se desprende,
E num voo dançante, cai suavemente
Num tapete, de já mortas irmãs suas.
Brinquedo, à mercê do vento, pelas ruas!
Onde as pedras, ganham musgo esverdeado,
No passar dum tempo, infinitamente esperado!
Onde o sol é a maior fonte de vida, luz e calor.
Onde a chuva bem vinda, bate com furor.
Onde, como intrusa, passeio ignorada.
Pois sou um acidente… Pouco mais que nada!
Na ternura da rolinha, quando canta.
No voltear da avezinha, junto ao ninho.
No abanar da folhagem, no caminho,
Segredando, em confidente sussurro,
À hera que vai trepando pelo muro,
Ou ao renque de balsâmico jasmim.
Quero ser paz, no silêncio dum jardim.
Onde tudo coexiste, em harmonia,
Onde tanto acontece, num só dia!
Quero o equilíbrio, que tem a natureza.
Onde a bonina, singela, ri ao sol que a beija,
Na timidez incerta, de dia invernoso,
Com tanto de molhado, como de luminoso!
Onde o pombo, arrulha ao seu amor,
Rasando a asa pelo chão, ao som do clamor
Da água, que gota a gota se desagrega,
Para num repuxo, se abandonar em entrega.
Água a cair na água, em cantante ladainha,
Onde o convite ao sonho, se adivinha!
Onde a folha ondulante, se desprende,
E num voo dançante, cai suavemente
Num tapete, de já mortas irmãs suas.
Brinquedo, à mercê do vento, pelas ruas!
Onde as pedras, ganham musgo esverdeado,
No passar dum tempo, infinitamente esperado!
Onde o sol é a maior fonte de vida, luz e calor.
Onde a chuva bem vinda, bate com furor.
Onde, como intrusa, passeio ignorada.
Pois sou um acidente… Pouco mais que nada!
Qual acidente? Um milagre bem criado é que tu és ;)
ResponderEliminarBeijos da filha
O pragmatismo da Vida tende a afastar-nos dessas ilhas de sonho que são os jardins.No entanto,não os esqueci ,e continuo a percorrê-los em sonho ou pensamento.Conheço um jardim sem nome ,já não sei se real ou não,simples na forma e cores,pleno de odores que exalam das suas dignas árvores de fruto a que passarei a chamar a partir de hoje, Jardim das Laranjeiras!
ResponderEliminarObrigado por ter partilhado connosco este bonito poema.
Carlos
São os teus olhos que vêem exageradamente! Mas eu gostei!
ResponderEliminarBeijinho doce da mãe
Olá “Alma do Vento”!
ResponderEliminarDe facto :
“Passamos pelas coisas sem as ver,
Gastos, como animais envelhecidos (…)” Eugénio de Andrade
Mas é bom quando apesar disso guardamos jardins nossos, tão nossos que lhe damos nome.
Obrigada e até sempre
Estou sempre de acordo com a filha.
ResponderEliminarÉ bom demais chegar e passar belos momentos na sua companhia e eu venho sempre com prazer.
Hoje está mesmo a meu gosto, vou reler.
Beijinho, boas férias até breve
natalia
Gosto dos teus poemas e os finais deles são sempre muito inspirados e de grande e intenso significado.
ResponderEliminarbjhs
Olá Natália! Obrigada pelas suas palavras sempre elogiosas ao que eu escrevo. Vindo de si aprecio duplamente: pela amizade e também porque é opinião duma poetisa.
ResponderEliminarBeijinho
Obrigada Carolina pela preferência que referes ter para com o que escrevo. Tu também escreves muito bem e por vezes com muito humor, coisa para que não tenho jeito.
ResponderEliminarBeijinhos
Ser paz e equilíbrio, um desejo de comunhão perfeita com as coisas simples e belas da natureza!
ResponderEliminarQuem assim abre o coração e com tanta sensibilidade expressa o que vê e o que deseja é bem mais que um acidente! É muito!
Lami!
ResponderEliminarQue bom o que me disse! E que linda forma de o dizer!
A nossa pequenez sobressai na dimensão do universo.
Mas por outro lado, os nossos espelhos, desgastados, já não nos devolvem uma imagem nítida! Por vezes, um reflexo vindo de fora, ajuda muito! Obrigada!
Estimada
ResponderEliminarD. Maria de Jesus
Acabei de ler o seu poema e fiquei a pensar, nesta sociedade de correrias, onde o tempo não chega para todos os nossos afazeres, que deixamos para trás tanta coisa que deveria estar feita e não está, como é que há pessoas, que ainda dispõem de tempo para passearem nos jardins e descreverem com toda a minúncia aquilo que vêem, como se não vivessem nesta mesma sociedade de todos nós. Gostei dos seus "sinais vitais" que ainda mostram que não está "formatada" pela sociedade em que vivemos e dispõe da lucidez para ver aquilo que a maioria, já deixou de ver há muito tempo, porque não tem tempo para nada, porque não tem disposição, porque anda distraído por outras coisas.
Força poetisa é que: "ser poeta é ver mais alto..."
Parabéns
António Silva
Olá Sr. Silva!
ResponderEliminarDe facto passamos tanto da vida a correr nesta cidade que não nos resta muito tempo para parar, olhar ao redor e "ver". Mas agora, passou o tempo das correrias e tenho de novo possibilidade de fazer um pouco daquilo que gosto o que inclui "passear" na cidade olhando-a e apreciando-a.Isto também é o que o Sr Silva faz, quando nos seus poemas, aponta os pontos fracos ou fortes da nossa sociedade. É igualmente uma forma de reparar e ver. A propósito, quando abre o seu blog? Um agradecimento ainda, pelas suas palavras de incentivo ao que escrevo.
Volte sempre.