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Fotografias / Sentidamente
As Horas
Os hebreus dizem: a hora do pombo
é o princípio do dia
a hora do corvo
o princípio da noite.
Eu digo: como se gastou a minha,
luz tão cedo.
É quase sol posto.
Quem Pudesse
Quem pudesse ensinar à criança
a activar a alvorada
a acordar com o canto dos galos
a banhar-se nos rios
a brincar com os cardumes
a beber água da fonte
a platar árvores
e a retardar o poente.
Quem pudesse ensinar à criança
a activar a alvorada
a acordar com o canto dos galos
a banhar-se nos rios
a brincar com os cardumes
a beber água da fonte
a platar árvores
e a retardar o poente.
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António da Silva Marreiros
(A Voz do Vento/ Edições Colibri)
Gosto. Gosto do que aqui transcreve e gosto das imagens que nos oferece. Respondo com o seguinte poema:
ResponderEliminar"A confusão a fraude os erros cometidos
A transparência perdida — o grito
Que não conseguiu atravessar o opaco
O limiar e o linear perdidos
Deverá tudo passar a ser passado
Como projecto falhado e abandonado
Como papel que se atira ao cesto
Como abismo fracasso não esperança
Ou poderemos enfrentar e superar
Recomeçar a partir da página em branco
Como escrita de poema obstinado?"
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
muito bom tudo aqui.
ResponderEliminarÓtimo blog.
Maurizio
Em pouco se diz tanto.
ResponderEliminarAs coisas que a mãe vai descobrindo e mostrando à gente.
Obrigada!
Olá Fátima!
ResponderEliminarObrigada pelo poema e pela reflexão. Eu penso que devemos sempre recomeçar. Embora no auge da dor, o impulso seja de apagar o passado, amarrotar a folha e deitar para o lixo, com mais calma, percebe-se que nada voltará a ser igual, algo se alterou e a nova escrita não pode ser numa folha em branco. Nela devem constar os registos que ficaram, sendo importante que obstinadamente se continue a escrever o poema.
Um beijinho
A “meus instantes e momentos” , agradeço a visita e o comentário que deixou.
ResponderEliminarVolte sempre
Sabes filha, descobri por acaso este livro no meio de muitos outros, de poesia, nos saldos duma feira do livro. Segundo consta de nota biográfica, trata-se dum autodidacta, algarvio, barbeiro de profissão, dedicando-se também à pintura e à fotografia. Tem poemas maravilhosos, duma sensibilidade e profundidade extraordinárias! Difícil foi a escolha dos que havia de publicar.
ResponderEliminarUm beijinho muito terno