Fotografia /Sentidamente
NOITE DE NATAL
Era noite de rixas a noite de Natal
No Morro desamparado ante a vinda do Homem;
As mesmas bebedeiras e o batuque
De um Sábado maior.
Na cubata de adobe,
Sob o imbondeiro tutelar,
Sem a ficção da chaminé
Para o menino entrar,
Era aí que esperávamos
Em esteiras sob o céu,
A Hora sem brinquedo algum…
E o tempo apenas se contava
Pelo pulsar
De pequeninos corações ansiosos,
Té o Sinal
Que era
Irrompendo na Noite
O canto dos alunos
Da Escola Missionária
Atravessando o Morro…
(- “Canários da Maianga” de Mestre Coelho,
Meninos sofridos de vozes límpidas,
Quantos silêncios vos esperariam?...)
Dormíamos então
Sob a impressão
De uma chuva de estrelas
- Presente de Natal.
Mário António
...Natal dos pequeninos...e porquê tanta dor,Senhor?!
ResponderEliminarAmor, paz, saúde!
E um beijinho
Obrigado pela visita.
ResponderEliminarCuriosamente, Mário António nasceu na minha província(Uíge, no norte de Angola), ainda que não fosse de lá, o pai é que estava lá destacado em trabalho.
Na 6ª feira colocarei também um poema sobre o Natal de um outro poeta. Um poema em prosa.
Felicitando-a pelos seus poemas, deixo os desejos de um bom Natal.
Kinaxixi