Fotografia / SentidamenteMãos tortas, encarquilhadas,
dormentes, doridas.
Mãos que por mais que água lave,
ficam sempre escurecidas.
Pele enrugada
sobre ossos retorcidos
em dias tristes...
Mãos que já foram aladas, leves,
carinhosas, esguias,
sedosas e potentes!
Mãos que acenaram,
que acariciaram,
que trabalharam.
Mãos de GENTE!
Mãos longínquas, perdidas nas lembranças,
esfumadas nos ares e nos tempos,
como bolas de sabão!
Difusa imagem escondida por bruma.
Meio apagada, quase coisa nenhuma!
Mãos que não o sendo,
são sempre as mesmas.
Mãos nobres e valorosas
cheirando a nardos e a rosas!
dormentes, doridas.
Mãos que por mais que água lave,
ficam sempre escurecidas.
Pele enrugada
sobre ossos retorcidos
em dias tristes...
Mãos que já foram aladas, leves,
carinhosas, esguias,
sedosas e potentes!
Mãos que acenaram,
que acariciaram,
que trabalharam.
Mãos de GENTE!
Mãos longínquas, perdidas nas lembranças,
esfumadas nos ares e nos tempos,
como bolas de sabão!
Difusa imagem escondida por bruma.
Meio apagada, quase coisa nenhuma!
Mãos que não o sendo,
são sempre as mesmas.
Mãos nobres e valorosas
cheirando a nardos e a rosas!
As mãos contam histórias inteiras. São o depósito belo de uma vida acumulada.
ResponderEliminarEu gosto das mãos e dos sinais que elas vão guardando à vista.
Gosto das tuas mãos, que mas dês e eu dou-te as minhas para trocarmos algum peso, com doçura.
f.q.
As mãos são o instrumento da nossa força. Com elas fazemos quase tudo na vida! Também simbolizam a perda de capacidades, quando restam paradas, qual ave exausta, sem forças para recomeçar o voo. Mas mesmo assim, acumulam um tesouro, por tudo o que fizeram e pelos ensinamentos que nos transmitem.
ResponderEliminarTambém de mãos dadas se apertam os laços, se aliviam dores e se engrossam forças. Dar as mãos, misturando as jovens e macias com as muito vívidas e enrugadas é um gesto natural e humano, com troca de saberes e de afectos.
Beijinho à f.q.
Bonito poema para um tema de fascínio.
ResponderEliminarJamais esquecerei as mãos ternas e cansadas da minha avó.Mãos onde retorno para sonhar e adormecer.
Cumprimentos
Carlos
Eu gosto de mãos calejadas cheirando a terra e a esteva.
ResponderEliminarBonito o teu poema! (Como sempre)
Devias publicar um livro. Pensa nisso a sério. Numa edição de autor sem grande "alarido". Os amigos gostariam!
;)
De acordo com a Carolina, como eu gostava e
ResponderEliminarlá, no momento ouvi-la declamar, que tão gostoso é!Poderia ser este o poema que aqui encontrei hoje e me emocionou. Verdade, ouvi-la leva-me às lágrimas, já não seria a primeira vez.
Espero estar incluída na lista dos amigos.
Beijinhos
natalia
...
ResponderEliminarCom mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
...
(Manuel Alegre)
Alma do vento!
ResponderEliminarTem absoluta razão quando fala do fascínio das mãos. Para além do encanto de toda simbologia que envolvem, ainda lhes alio a beleza dos gestos, patente na expressividade da sua representação em estatuária e na pintura.
Depois! As mãos do nosso passado, tão carregadas de ternura, nunca se perdem no tempo e revivem num incansável vai e vem.
Obrigada e até sempre
Carolina!
ResponderEliminarSabe-me bem dar a conhecer os meus escritos e perceber que gostaram deles. É um reforço positivo, mas não sei se estou preparada para a outra etapa. Ainda não ganhei a confiança suficiente, nem para amadurecer a ideia. Pela primeira vez vão sair dois poemas meus numa antologia que a Câmara Municipal de Loures edita com poesia dos seus munícipes. É a primeira vez que tomo uma iniciativa deste tipo, embora já o pudesse ter feito noutras alturas. É um caminho e um primeiro passo. Vamos ver como resulta em termos de incentivo.
Já agora aproveito para te dizer que vocês têm-me ajudado a exteriorizar e ultrapassar uma certa timidez que me inibia de mostrar aos outros o que escrevo. Foi seguindo-vos que me aventurei a abrir um blog. Ainda vos devo o interesse que começo agora a sentir por escrever prosa. Embora sem saber o que escrever, apetece-me fazê-lo. Adivinha como surgiu???
Obrigada pela força
Beijinho
Olá Natália!
ResponderEliminarContava encontrar-me hoje consigo “ao vivo”. Não estava lá, mas vim encontrá-la aqui!
Sabe que gosto de dizer poesia minha e não só. Não há muito tempo que me iniciei nessa prática e foi a pouco e pouco que me fui descontraindo e agora, uma ou outra vez, lá consigo um grau de expressividade mais tocante. Foi assim, no dia em que me ouviu ler este poema que fui capaz de dizer abstraindo-me de tudo o mais e sentindo com muita intensidade o que estava dizendo. A Natália sabe que eu desejo que faça o mesmo com os seus poemas que são muito bonitos e merecem ser ditos com o sentimento de quem os escreve.
Um grande beijinho e a certeza de que está no grupo dos meus amigos.
Lami!
ResponderEliminarMais uma vez o fascínio das mãos, dito primorosamente pelo poeta, da forma magistral que só os verdadeiros poetas sabem dizer…
Um abraço.
Li tudo Juja!
ResponderEliminar- O teu poema até ao fim.
- Todos os comentários e tuas respostas.
Entre tudo isto, a notícia da publicação de dois dos teus poemas.
Fiquei muito feliz por ti. Claro que é um começo!
Timidez?!...
Por favor, não sejas modesta, tens coisas lindas que também eu gostaria de ver publicadas, seja lá onde for...
Quero ver essa Antologia que a Câmara Municipal de Loures vai editar. Até porque, em Loures vivem alguns munícipes que me são muito, aliás, TUDO!
Abracinho da Teresinha^_^)
Olá Teresinha!
ResponderEliminarEsta Antologia é uma iniciativa anual da CML para a população sénior. Só este ano fiquei a saber. Não é nada de muito exigente, aliás nem há selecção. Todos os escritos (poesia), são aceites. É simpático que assim seja para abranger quem o queira. A Catarina anda a insistir comigo para que parta para outras possibilidades.
Um abraço para ti