Fotografia / Sentidamente
Paro no dia dos
silêncios,
das indesejáveis
ausências,
das negadas
sensações e emoções…
Em vislumbre
vindo de lonjuras:
finitude a dias
perdidos,
inutilidade de
ais e gemidos,
construção
interrompida,
lugar
naturalmente cedido…
Repouso mãos
inertes mas sensíveis.
Rompe chamamento
de ternuras.
Fervilha desejo
de aventuras…
Aceno ao orgulho
de mim.
Grito a verdade
que sou,
pois ainda sou
verdade,
sou pressa, sou
sentido,
nas artes de
viver e pensar…
Regressa som
cantante da distância.
Rasgo na noite
clara e luarenta
bate-me à porta
em chamar vibrante…
Mesmo que o
tempo de construir
já não seja o
meu,
ao caminho que
segue quero regressar…
Estive lá!
Sempre quero lá
estar.
Jesus Varela