terça-feira, 5 de outubro de 2010

MUNDOS DE POESIA

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(Homenagem da poetisa ao poeta, autor do desenho, uma ilustração feita para este poema)


CANÇÃO

Ó Poeta
deixa que tua alma seja transparente
como a luz da madrugada.
Nunca deixes afogar tua alma no pensamento,
é assim a tua estrada,
Íngreme, feita de escamas de vento!

Ó Poeta
deixa que tua alma vá p'lo espaço,
o espaço é pequeno, em tanta pequenez,
e se algum dia a sentires desfalecer
pega-lhe no braço.
Ela é feita de NADA e o NADA não tem fim !

Ó Poeta
vai tu próprio pela lama
suja-te na podridão da existência
faz da vida a tua cama e não durmas,
pergunta-te à consciência.

Foste íntegro, espalhaste tua alma pelo Mundo ?
andaste no mar ?
venceste marés ?
Morre o teu lugar não é aqui!
é lá no Além ... ao fundo
no INFINITO
onde poderás ser quem és,
BEMDITO !

............E para os vermes terrenos,
que de ti se riram tanto ...
serás Santo.

Sandra Zelly
13/2/1962.
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(Sandra Zelly é uma amiga. É autora de poemas lindos mas nunca os deu a conhecer publicamente. Tenho a honra de nesta janela divulgar alguns, com a permissão dela. Digam lá se não é uma pena permanecerem na penumbra duma gaveta?).

5 comentários:

  1. Minha querida
    Muito belo este poema...sentimentos à flor da pele.

    Ó Poeta
    deixa que tua alma vá p'lo espaço,
    o espaço é pequeno, em tanta pequenez,
    e se algum dia a sentires desfalecer
    pega-lhe no braço.
    Ela é feita de NADA e o NADA não tem fim !

    Adorei.

    beijinhos
    Sonhadora

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  2. Minha Querida Sentidamente tu deixas-me envergonhada com os comentários que fazes a meu respeito, os que me envias pessoalmente e agora para o Universo do teu blogue, com seguidores de primeira linha na poesia. A Sandra Zelly só existe no seu mundo pequenino como o Príncipezinho de Saint-Exupéry mitigando
    uma rosa irreal. Um grande e apertado abraço

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  3. É um aconchego este "cantinho"...aqui bebem-se palavras,cheira-se poesia.
    Obrigada às duas por estes momentos.
    A ilustração é perfeita.
    Um abracinho

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  4. É uma pena manter a poesia fechada numa gaveta.
    Fico muito feliz por te saber detentora dessa "chave" que teve o poder de a abrir...

    Obrigada, Juja!
    Obrigada também à tua amiga Sandra Zelly.

    Beijinho,
    Teresinha

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