Fotografia / Sentidamente
Eu quis um violino no telhado
e uma arara exótica no banho.
Eu quis uma toalha de brocado
e um pavão real do meu tamanho.
Eu quis todos os cheiros do pecado
e toda a santidade que não tenho.
Eu quis uma pintura aos pés da cama
infinita de azul e perspectiva.
Eu quis ouvir a história de Mira Burana
na hora da orgia prometida.
Eu quis uma opulência de sultana
e a miséria amarga da mendiga.
Eu quis um vinho feito de medronho
de veneno, de beijos, de suspiros.
Eu quis a morte de viver dum sonho
eu quis a sorte de morrer dum tiro.
Eu quis chorar por ti durante o sono
eu quis ao acordar fugir contigo.
Mas tudo o que é excessivo é muito pouco.
Por isso fiquei só, com o meu corpo
Rosa Lobato de Faria
Não conhecia este poema.Gostei imenso.Vou guardá-lo na caixinha das recordações.Um bj.
ResponderEliminarBelíssima fotografia!
ResponderEliminarBelíssimo poema!
;)
Minha querida
ResponderEliminarlindo poema, uma boa escolha.
Beijinhos
Sonhadora
Dos primeiros livros de poesia que me ofereceram foi precisamente da Rosa, já o li várias vezes, acho linda a poesia dela.
ResponderEliminarSem dúvida uma boa escolha.
beijinho
natalia
Verdadeiro retrato duma quimera, este poema é lindo! Pelas imagens poéticas, ritmo, leveza, até pelo forma como termina.
ResponderEliminarEscolhi-o por mim, mas também para vós. Por ter ido ao encontro do vosso gosto, fico feliz.
Um beijinho a todas.
Um poema "riquíssimo"!
ResponderEliminarTambém não tinha tido o prazer de o ler, Juja.
Combina perfeitamente com a imponente imagem do pavão.
Bj.